Ela tinha redondos e expressivos olhos azuis - digo 'tinha' porque já faz algum tempo que não a vejo. Descreve-la-ei como me lembro, talvez as coisas tenham mudado; sei que mudaram. Os sedosos fios de cobre que lhe serviam de moldura ao rosto nunca estavam na cor natural; eram lindos de qualquer forma, mas sempre gostei do tom ruivo que lhe servia tão bem, embora ela odiasse. Cores normais como amarelo, preto, até mesmo vermelho. E também cores bizarras como azul, roxo, verde e, o seu preferido, branco. A verdade é que era linda de qualquer jeito; suas feições eram perfeitas por si só para precisarem de uma certa cor de cabelo para se destacarem.
Eu preferia seu rosto limpo, embora não reclamasse quando alongava os cílios e mais nada. Seus olhos, as portas de sua doce alma. A fonte da minha perdição. Os mais lindos olhos, o mais puro tom de azul; pertenciam a minha menina. Devo também descrever seu cheiro, eu sei, caso contrário não entenderiam meus motivos para ama-la tão intensamente. Essa menina de saia rodada e meias 3/4 era o meu purgatório particular. Seu cheiro era tão doce e floral, tão inocente e delicioso; soube que estava nas suas mãos quando me peguei procurando seu aroma nas outras. Mas nenhuma tinha o mesmo cheiro que a minha Charlie. Podiam usar o mesmo perfume, o mesmo sabão, o mesmo amaciante, mas nunca teriam o apelo que o cheiro dela tinha sobre mim. Era desesperador. Fui sufocado pelo amor que sentia pela minha menina.
Não sei quando tudo isso se perdeu e a minha Charlie deixou de ser minha e deixou de ser Charlie para virar Charlotte. Dizia que seu antigo apelido era passado e infantil. Tornou-se irreconhecível, embora continuasse a mesma por fora, porque sua essência mudara. Ela tinha o mesmo cheiro, o mesmo sorriso, o mesmo cabelo, os mesmos olhos; mas virou uma mulher, deixando de ser menina, do pior dos jeitos. Depreciativa, autodestrutiva; perdeu sua luz e sua doçura. Charlotte, não mais Charlie.
Eu preferia seu rosto limpo, embora não reclamasse quando alongava os cílios e mais nada. Seus olhos, as portas de sua doce alma. A fonte da minha perdição. Os mais lindos olhos, o mais puro tom de azul; pertenciam a minha menina. Devo também descrever seu cheiro, eu sei, caso contrário não entenderiam meus motivos para ama-la tão intensamente. Essa menina de saia rodada e meias 3/4 era o meu purgatório particular. Seu cheiro era tão doce e floral, tão inocente e delicioso; soube que estava nas suas mãos quando me peguei procurando seu aroma nas outras. Mas nenhuma tinha o mesmo cheiro que a minha Charlie. Podiam usar o mesmo perfume, o mesmo sabão, o mesmo amaciante, mas nunca teriam o apelo que o cheiro dela tinha sobre mim. Era desesperador. Fui sufocado pelo amor que sentia pela minha menina.
Não sei quando tudo isso se perdeu e a minha Charlie deixou de ser minha e deixou de ser Charlie para virar Charlotte. Dizia que seu antigo apelido era passado e infantil. Tornou-se irreconhecível, embora continuasse a mesma por fora, porque sua essência mudara. Ela tinha o mesmo cheiro, o mesmo sorriso, o mesmo cabelo, os mesmos olhos; mas virou uma mulher, deixando de ser menina, do pior dos jeitos. Depreciativa, autodestrutiva; perdeu sua luz e sua doçura. Charlotte, não mais Charlie.
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